sábado, 27 de agosto de 2016

A glândula pineal e seus mistérios

A Pineal e a nossa mente 

 

A glândula pineal sempre gerou um grande interesse. Descartes costumava comentar sobre essa pequena glândula localizada bem no centro do nosso cérebro, dizia que ela era o “cerne” da nossa alma e o núcleo onde se geram todos os nossos pensamentos. Não falta quem se refira também a essa estrutura como o nosso “terceiro olho”, esse foco de energia que nos ofereceria uma espécie de percepção que iria além do sentido da visão.

Deixando de lado essas perspectivas místicas ou espirituais e sua tradição romantizada, a glândula pineal ou epífise neural tem uma função interessante e enigmática. Regula nossos ciclos, nossos ritmos circadianos, a entrada na maturidade sexual e até mesmo muitos dos nossos sentimentos. É uma estrutura tão singular quanto fascinante.

Um dos aspectos mais interessantes da glândula pineal é que mesmo sendo tão pequena (apenas 8mm) recebe um imenso fluxo de sangue, quase tanto quanto os nossos rins. Tem o formato de árvore (daí o seu nome “pineal”) porém seu tronco e seus ramos, costumam se solidificar muito cedo. Entre os 12 e os 20 anos já demonstra uma certa calcificação.



A glândula pineal é uma estrutura sensível à luz, por isso uma de suas principais funções biológicas é secretar melatonina. Esse hormônio é derivado da serotonina e molda nossos padrões de vigília e sono (os ritmos circadianos) e regula nossa entrada na puberdade.

Além disso, sabe-se que ela atua como um afiado relógio biológico e que sua atividade é muito intensa até os 7 ou 8 anos, momento em que a produção de melatonina começa a cair e aos poucos começam a entrar em ação os mecanismos da maturidade sexual.

Alguns estudos indicam que esta estrutura é muito sensível a certos produtos químicos ambientais. Ficou constatado que em alguns estados americanos as meninas entraram na puberdade mais cedo devido à exposição a certos componentes, como por exemplo, o fluoreto. Estamos diante de uma glândula que apesar de estar integrada justamente no centro do nosso cérebro, é incrivelmente sensível ao ambiente em que estamos inseridos. É um minúsculo componente biológico no ser humano e um órgão vestigial em alguns animais.
 
A tuatara, por exemplo, é um tipo de réptil endêmico da Nova Zelândia conhecido por ter bem no meio da sua cabeça um “terceiro olho parietal ou pineal”. Possui uma retina, é cristalino e cumpre funções hormonais e de termoregulação. Sem dúvida, algo fascinante.

Como cuidar desse pequeno regulador interno

Os neurologistas buscam acima de tudo separar esse aspecto místico ou espiritual do científico. Estamos diante de uma pequena estrutura que apresenta muitos aspectos ainda desconhecidos e por isso publicações como o “Journal of Pineal Research” nos oferecem constantes estudos visando delimitar um pouco mais a epífise cerebral, que muitos consideram como uma “chave mestra” da ativação de grande parte de nossas glândulas internas.

A partir de agora vamos ter em mente esse “pequeno olho” interno que regula secretamente muitos de nossos ciclos no dia a dia. Pense nele como se fosse uma bússola e como um pequeno e maravilhoso órgão que permitirá que você sintonize muito melhor o seu corpo e o ambiente ao seu redor.

  • Regule seus ciclos e hábitos de vida. A glândula pineal é um regulador endócrino sensível à luz, isso significa que precisa manter uma adequada harmonia com os ritmos da luz solar. Por isso, é aconselhável dormir sempre na mesma hora.
  • Outro aspecto a ter em mente sobre essa estrutura é que os campos eletromagnéticos a afetam. Da mesma forma que a luz, esses tipos de ondas interrompem o processo de secreção de melatonina. Algo tão comum como ir para a cama com o celular ou o computador pode provocar pequenas alterações na glândula pineal. Tudo isso se traduz em insônia, fadiga, estresse ou redução do rendimento no trabalho. É muito importante ter isso em mente.
  • A meditação e os instantes de calma. A epífise cerebral permite que potencializemos nossos instantes de calma e relaxamento para nos conectarmos melhor com nós mesmos. As pessoas que praticam a meditação experimentam uma sensação agradável graças às endorfinas liberadas pela glândula pineal, nos recompensando por esses instantes enriquecedores onde corpo e mente encontram-se em harmonia.
Como você pode ver, estamos diante de um tema interessante que tem novos aspectos sendo descobertos a cada dia.

O que a mente tem a ver com a pele

O que a mente tem a ver com a pele

A mente é algo sobre o que todas as pessoas falam, mas ninguém sabe o que é. Existem pesquisadores que acreditam que a mente é um produto do cérebro e buscam encontrar sua sede nesse órgão. Outros acham que a mente existe antes do cérebro, sendo a programadora do que se passa nele. Ambas as correntes de pensamento têm provas razoavelmente convincentes do que afirmam.
Seja o que for, a mente é onde se produzem os pensamentos. A partir deles, desencadeia-se uma série de fenômenos físicos através do cérebro, que é o local de reconhecimento de todos os fatos que se passam no organismo.

Origem embriológica

A pele e o sistema nervoso, do qual o cérebro é o órgão central, têm a mesma origem durante a formação do embrião. Ambos derivam do ectoderma, o folheto externo do embrião, que, na sua evolução, dobra-se sobre si mesmo formando um tubo, chamado tubo neural. A parte que fica por fora vai formar a pele e a parte interna vai desenvolver o sistema nervoso.
Portanto, desde o início, a pele está em ligação direta com o sistema nervoso, enviando-lhe constantemente informações sobre o meio externo.

Comunicação pele-sistema nervoso

Do cérebro e da medula espinhal partem nervos, que se ramificam como os galhos de uma árvore e se dirigem a todos os pontos do organismo, incluindo a pele. Na pele, filetes nervosos chegam à derme (segunda camada da pele), aos vasos e à camada mais superficial, a epiderme.
As mensagens entre o sistema nervoso e a pele se dão por meio de substâncias químicas, chamadas neuropeptídios, que levam o código dos pensamentos ocorridos na mente para a pele.
Em sentido inverso, a pele envia ao cérebro suas mensagens por meio de mediadores químicos produzidos por suas células, que viajam até o sistema nervoso central pelo sangue ou pelos nervos, lá gerando pensamentos.
A comunicação entre mente, sistema nervoso e pele é constante e imediata, provocando alterações muito sutis, na maioria das vezes invisíveis e não percebidas pelas pessoas, como as alterações na produção do suor.