É comum que entre uma sessão e outra, um paciente e outro e todas as suas queixas e os motivos pelos quais o corpo parece não conseguir buscar os seus recursos vitais de recuperação, que as questões de individualidade parecem emergir... levantando toda aquela poeira que se escondia em algum lugar aparentemente confortável mas que a qualquer movimento gera um baita desconforto. o Indivíduo e sua Individualidade a relação entre o ser e o existir, a relação consigo e com o meio externo. Tentamos provar que somos perfeitos e fazemos sempre o melhor, buscamos ser o melhor filho, parceiro, profissional, amigo e ser a melhor pessoa que podemos ser, na contra mão o mundo parece abrir as portas apenas para aqueles que são os melhores, parece não haver tempo de parar, se identificar e questionar o que é mesmo o melhor. Os padrões estão espalhados por todos os cantos em que olhamos, existe sempre as receitas infalíveis de como ser o melhor dos melhores em alguns passos. O corpo parece funcionar como uma orquestra desafinada, algum instrumento parece estar fora de compasso, o cérebro as vezes lembra aquele maestro desesperado por harmonização.
Existe uma espécie de balança no organismo entre aquilo que colocamos pra dentro e o que estamos doando para o meio externo. Enquanto busco ser o melhor dos melhores, será que estaria sendo o melhor comigo mesmo? A energia que nos ofertamos não pode ser menor do que a que fornecemos, não é possível realizar uma maratona sem ingerir nutrientes... não é possível levar uma vida sem reconhecer o que desejamos e quem somos. As experiências de vida vão deixando suas marcas, a cada passo, frustração, conquista ou recompensa o corpo vai registrando sobretudo aquilo que garantirá a sobrevivência; as couraças e proteções vão sendo gentilmente colocadas uma acima da outra, por vezes de formas tão repetitivas que não resta nada além de distanciar-se de si. Nesta orquestra se torna necessário silenciar alguns instrumentos para que o "cérebro maestro" identifique da onde vem o ruído, não é preciso parar a música para que se harmonizem os sons mas é preciso um olhar atento para cada instrumento.
Essas questões muitas vezes inquietam a alma, talvez estar longe de si mesmo é mais um dos fracassados programas de sobrevivência do nosso corpo esgotado que garante apenas mais alguns quilômetros da maratona, somente podemos encontrar um bom caminho quando levantamos a hipótese de estar perdido.
Comece lembrando de que precisamos de um momento apenas para nós mesmos, onde essas questões possam ser levantadas e de preferência que não existam respostas automáticas, esses alertas vermelhos nas lacunas que se estabelecem é que vão nos guiar a um encontro próprio, identifique seu aporte energético ou seja, quais os recursos usamos para nos abastecer enquanto indivíduo e então responda a questão se de fato está sendo o melhor e em seguida assuma as rédeas da sua história. Podemos ser o melhor para o mundo quando nos tornarmos melhores a nós mesmos! Provavelmente precisaremos de ajuda nessa caminhada, mas ela pertence apenas a quem percorre.